Em um dia como qualquer outro, o Presidente da República entra em cadeia nacional e faz um estranho decreto: daquele dia em diante, a palavra está proibida em todo território nacional. Primeiro, proibirão os verbos, depois, os adjetivos e, por fim, os nomes. A população, incrédula, continua a falar, mas, aos poucos, começa a perceber uma série de prisões silenciosas em diversos lugares da cidade. Assim, sem alarde, começa a acatar o decreto. No entanto, com o passar do tempo, o que se vê é um colapso de tudo que significa humanidade: as famílias, a polícia e, inclusive, o governo deixam de existir, se desfazem diante da falta da palavra. O ser humano, sem a fala, deixa de ser um ser social.
No meio deste turbilhão, um homem simples, casado, com um filho praticamente recém-nascido acompanha a ruína de sua família ao lado de tudo que ele sempre chamou de lar. De sua janela, observa, aos poucos, também os últimos suspiro da sociedade. O que ele não sabia é que ele seria um dos últimos "homens de palavra."