Eu estive andando pelas ruas. Estive com o olhar distante, vazio, sem brilho algum. Estive sem saber se estava vivendo, ou morrendo, sem saber se estava sendo dramático ou apenas sofrendo, sem saber se aquela dor seria para sempre ou passageira. Estive morto, sem nem ter sido capturado pela morte. Fui empurrado, jogado, insultado, agredido, menosprezado, apunhalado. E mesmo assim, eu estive sorrindo. Estive dizendo que estava bem. Estive procurando um modo de fugir.
Então eu encontrei alguém como eu. Connor, era o seu nome. Era poeta, escritor. Gostava de romances baratos e cabelos molhados. Coberto de cicatrizes na alma e carregava um sorriso despreocupado. Ninguém nem poderia cogitar que ele tinha inveja dos mortos, dos seus parentes debaixo da terra e daqueles desconhecidos no cemitério.
Uma razão para viver: era disso que eu precisava. Connor foi a minha, então não havia mais motivo para fugir. Eu podia ficar e ele também. Ou talvez ambos irmos, para nunca mais voltar. E a nossa escolha estava feita, precisávamos um do outro. Connor e eu. Eu e Connor.
O que acontece quando um suicida se apaixona por outro? O que acontece quando ambos não querem ficar, mas precisam ficar? Eu soube o que acontece. Então, se também quiser saber, acompanhe a minha história. Sente-se. Aproveite a chuva lá fora, o edredom e o café quente. Eu tenho muita coisa para te contar...
"Perguntei para ele se ele morreria por mim, mas ele respondeu que morreria por qualquer um."
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Publicada em 28/04/2017.
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