Todos os dias eu a via voltar do mar, coberta de areia e sal, com um sorriso de pérolas no rosto. Ela tomava um banho e se sentava ao meu lado no sofá, e eu podia sentir o cheiro do mar vindo dela e escutar as histórias de aventuras, de lutas contra monstros e ladrões, de como ela recuperou jóias roubadas por piratas malvados e salvou o reino.
Essa era a minha mãe, uma gentil princesa, uma forte guerreira e a mais linda das sereias. Um dia, ela me contou a história de como um pirata malvado trouxe para ela o melhor dos presentes e depois foi embora. Eu ainda não sei quem é esse pirata, mas acho que ela vai me contar quando eu for mais velho.
Quando eu a vejo entrar no mar, ninguém mais vê o que eu vejo. Lulas gigantes são derrotadas, piranhas assassinas perdem ao primeiro combate. Nem o monstro mais cruel tinha poder para derrotar a minha mãe, a rainha dos mares.
Eu só não sabia que um pirata que veio de longe poderia conquistá-la com tanta facilidade.