Epístolas da Guerra

#70 Ficção histórica - 30/05/2017
Marcos odiava, com as chamas ardentes das emoções adolescentes, a sua miserável condição que lhe negava qualquer conforto, o seu amor frustrado pela verdade socioeconômica e o fato de ser o filho de um homem fracassado; eram fatos que o punham em um turbilhão de pensamentos que o tornava incapaz de perceber as alterações que o mundo sofria a cada dia. Na verdade, em sua mesquinharia juvenil, Marcos não se importava nenhum pouco com o mundo, pois seu espírito já se encontrava perturbado o bastante devido ao amor cujo o alvo sequer sabia de sua existência.
Alias, durante a Segunda Guerra, haviam questões mortais que os soldados, em suas ações, respondiam e que poderiam decidir um triunfo árduo contra forças odiosas ou um fracasso que custaria milhares de vidas. Contudo, essas questões para Marcos não passavam de um divertimento. Pois, não tendo opções de onde descarregar suas angústias e decepções, não lhe restava escolhas a não ser torcer para que o Brasil entrasse neste conflito sangrento. De algum modo, acreditava que apenas assim sua existência teria algum sentindo. Uma tolice de fato. Mas ora, o que seria isso, senão as idiossincrasias da adolescência?