O que nos motivou até aqui talvez não seja a coragem. Talvez não seja a força. Talvez não seja a vontade de vencer. O que nos motivou até aqui talvez seja a ansiedade. Talvez seja a depressão. Muito provavelmente, o medo e a negação. Há um barco perdido no porto seguro. Há um pássaro que padece no topo da montanha. Todo tempo que se perde é tempo suficiente para ser tarde demais. Esconder-se dentro de nossas próprias qualidades não nos imuniza de nossas falhas. Infelizmente não. Em algum ponto, em algum lugar, as velas se soltam e o vento sopra, muitas das vezes, na direção contrária. Neste momento, percebe-se que não se pode planejar o imprevisto, apenas lidar com suas consequências. Ainda podemos falhar enquanto estamos parados, assim como ainda podemos vencer enquanto estivermos lutando. A batalha, no entanto, nunca é contra algo ou alguém. Na verdade, é contra aquilo que nos faz fraquejar, nos faz perder horas de sono, nos faz querer o descontentamento. É contra nós mesmos. Não podemos controlar o vento, porém podemos mudar a direção das velas. Mas, antes disso, o que nos motivou até aqui?