O conto "Passeio Noturno", de Rubem Fonseca, é narrado por um pai de família que é muito dedicado ao trabalho, sendo esse narrador então considerado em primeira pessoa protagonista, já que o próprio é o personagem principal. É possível percebermos que esse tipo de narrador está presente nesse conto através de vários trechos, mas o trecho onde fica mais claro ao leitor que o conto é narrado por um narrador em primeira pessoa protagonista é o seguinte: "Fui para a biblioteca, lugar da casa onde gostava de ficar isolado e como sempre não fiz nada. Abri o volume de pesquisas sobre a mesa, não via as letras e números, eu esperava apenas." Também ao nos referirmos ao narrador deste mesmo conto, percebemos que ele possui uma função mais explicativa e comunicativa, ou seja, o mesmo tem a função de explicar e comunicar ao leitor o que ocorre na história, tendo o seguinte trecho do conto como base da afirmação: "Saí, como sempre sem saber para onde ir, tinha que ser uma rua deserta, nesta cidade que tem mais gente do que moscas. Na avenida Brasil, ali não podia ser, muito movimento." Apenas com a leitura de ambos os trechos já apresentados, é possível percebermos que o narrador conta a história do centro, já que é de sua própria perspectiva, sendo ele o narrador principal.
No início, Rubem Fonseca coloca em seu conto que, todo dia, depois de um longo período de trabalho, o narrador chega em sua casa, janta e convida a mulher para um passeio de carro na noite, coisa que ela sempre recusa por ser no mesmo horário da novela qual gostava. Então o homem sai sozinho com seu carro que, por sinal, tinha custado muito caro.