Querido diário, me chamo Gabriel. Vim lhe contar o motivo que me trouxe aqui até você. SINTO que as pessoas não são dignas de palavras de desabafo e ressentimento, não por não serem especiais ao ponto de ouvir tais dizeres, mas pelo motivo de não compreende-los. Hoje, primeiro de janeiro, o céu está em completo breu, não tenho certeza se o que esta a caminho é frio, chuva, ou tempestade, estou deposto sobre minha cadeira, marrom avermelhada, a minha frente um espelho, a imagem nele refletida é estranha, não vejo vida, nem cor, tão menos um quê de motivação, sim minha imagem, sim meu ser. Sempre pensei que quando chegasse aos dezessete seria diferente, mas estava errado. Sonhos, amigos, amores, paixões, hobbies, nada disso importa mais. Lágrimas? Para que elas servem a não ser para apenas lubrificar olhos que já viram a traição, e não para limpar a alma ferida? O que não melhor que o papel para se redimir, descarregar emoções, e sentimentos sem ser julgado e blasfemado, sem ser interrompido ou deixado de lado. Nada além do papel para conter cantares e sonhares.
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