Inferno... Assim é chamado o local de danação eterna no qual foi aprisionado um anjo caído, por rebelar-se contra seu próprio criador. É para lá que vai a alma de quem não segue um padrão moral, comportamental e um conjunto de regras pré-estabelecidas que dizem mais sobre você do que você próprio imagina. É também o nome da primeira parte de uma das obras mais intrigantes já criadas pelo homem.
Estamos falando da Divina Comédia, certo? Estamos falando do conceito medieval de inferno, exaltado por Dante Alighieri em sua alegórica viagem num mundo post-mortem, guiado pelo poeta romano Virgílio, por trevas do século XIV. Um poema com trinta e quatro cantos, denominado "comédia" (porque, diferente do conceito de comédia do nosso tempo, essa era a denominação da época para a literatura do povo, das grandes massas) onde Dante descreve o mundo inferior com nove círculos de sofrimento, localizados dentro da terra, cuja entrada (local onde deu-se a queda do tinhoso) ficava na cidade sagrada de Jerusalém...
Por que estamos falando nisso mesmo?
Porque nesse meio tempo apareceram mais judas do que salvadores para a humanidade, talvez: Inquisição, duas guerras mundiais, colonização e saqueio de um novo mundo, escravidão, ditaduras, queda da bastilha, revolução industrial, etc... etc... Porque o conceito de Deus, de moral, de comportamento - até mesmo o conjunto de regras, mencionado no começo deste texto - do século XXI já não é o mesmo do XIV.
Ou simplesmente porque um certo músico inglês que escreveu que "não se importava em não ir para o céu, contanto que tivessem cigarros no inferno" resolveu fazer por um jovem autor, o que outrora Virgílio fizera por Dante...
Os verdes e os negros. Ambos querem o trono, o poder. Os dois desejam aquilo que acreditam ser seu por direito. Uma certa rainha chegará para mudar o destino dos Dragões que Dançam.