Essa não é uma história de amor.

Clarice Lispector disse o seguinte: "Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento." Clarice Lispector, eu te amo. Você financiou a história de como eu renasci. Você fez com que eu desse de cara com o amor, mas essa não é uma história sobre ele.

Ainda não entendo muito sobre o princípio da sexualidade humana, mas bato no peito pra dizer que "descobri" que gostava de meninos aos 13 anos - época que aliás, marcou minha primeira ejaculação e o início de minha puberdade.

Cresci tendo tudo do bom e do melhor, minha família sempre deteve ótimas condições financeiras, e disso não posso reclamar. Minha beleza, pelo menos ao "padrão", veio aos meus 15 anos, eu não sou um partidão. Minha altura e, graças ao cosmos ou a quem quer que esteja lá em cima, meu pau grande, sempre foram considerados por mim, meus principais atrativos físicos, nunca fui bom em falar sobre minha personalidade, é algo que se descobre com o tempo ao meu lado.

Não sei ao certo o porquê, mas mesmo tendo todo o amor e carinho por todos a minha volta, cresci com uma mente estranha... Sempre fui muito mais precoce que os garotos da minha idade, sempre me dei melhor com gente mais velha. Cresci com uma mente que se excitava pelo perigo, e eu não tinha medo de me machucar, nem sequer a morte eu temia. E foi isso que tornou capaz acontecer tudo o que aconteceu. Em um ano, um garoto caseiro e viciado em Naruto, no outro, um cara baladeiro, consecutivamente fora da lei e viciado em adrenalina. Meu nome é Victor e essa não é uma história de amor (lembre-se disso).