Então, estacionamos nos becos das ruas vazias da manhã, com vagabundos bêbados caídos nos cantos, ratos correndo pelas sombras, lixos lotados de restos dos vendedores comerciais, e que só iriam se esvaziar no último dia da semana, aqueles gatos cheios de pulgas e sem lar que são recusados na maioria das carrocinhas. Uma merda fria e bem nojenta, sem nenhuma higiene, e sem nenhum crédulo, eu odeio becos. A única coisa boa neles era que são ótimos para abafar casos, todo tipo de crime podia ser feito num beco e depois não ser nunca lembrado de ter existido.
- Como viemos parar aqui.
- Consequências da vida..?
- Unft. - Rosnei, e olhei para longe de Tauros. Logo para a porta que nós iriamos adentrar. - Espero que você tenha razão.
- Sobre como viemos parar aqui ou sobre minha ideia de onde está quem procuramos?
Comecei a andar, deixando meu parceiro para trás, não que ele não tenha começado a vir junto logo após eu ignorá-lo. Ele está com aquela sua costumeira cara de paisagem, tão sádico.
Entramos pela porta, o som do seu fechar ecoou por todo o estabelecimento, cheio de mesas, com bêbados adormecidos e prontos para serem jogados pra fora dali pelas funcionárias e por funcionários brutos, um altar no fundo, após uma fileira de poltronas, onde normalmente rolam os shows, a área de bar, logo aqui perto das escadarias, onde nós iriamos encontrar o que podia ajudar-nos no nosso trabalho. Andamos até aquela região, para logo encontrar o dono do lugar, aquele olhar cínico quando galanteia um funcionário, o sorriso amistoso, aquele nariz arrebitado, os semi-longos cabelos loiros tão claros quanto a cor do sol, eu adorava essa cor, lembrava fogo, eu amo qualquer cor que lembre fogo.
Ao nos aproximar, o homem, de uns trinta anos, parou os seus galanteios para virar os olhos azuis como o céu para nós, ele não mudou nem um pouco sua expressão rude, isso era o mais interessante de sua peculiar personalidade, a calma.
ESSA OBRA É UM DARK ROMANCE!
Em meio ao caos da minha nova vida, descobri que o diabo não se resume ao estereótipo clássico de um homenzinho vermelho com chifres e rabo, mas sim habitava em um corpo real. Um indivíduo de cabelos pretos, pele clara, corpo robusto e atraente, olhos azuis e um passado que me intriga.
Na noite do casamento da minha mãe, deparei-me com ele, uma presença intrigante vestindo uma máscara adornada com chifres. Estava destinada a cruzar seu caminho, mas não contava com tantos traumas deixados por ele em mim. Fui embora após uma tentativa de assassinato, e retornei mais forte. Tornando-me uma agente policial da Interpol, sedenta pelo sangue de um psicopata implacável chamado Kastiel Kaltain. Andei entre uma linha tênue entre o céu e o inferno com ele, e quer saber? O inferno não é tão ruim como dizem ser...