Sempre há três visões da mesma história: A verdade, a deles e os fatos. Complexo, as faixadas em tijolos crus não escondem a mancha do ricochetear das balas. O sangue pobre, do preto, esticado sobre o cinza do chão. A mídia conta, a mãe sussurra e a classe média grita: culpado, bandido, morto. Mas há partes da história que se mantêm no obscuro dos becos e vielas sem paz, fragmentos guardados somente nos corações do povo que não se ouve a voz. A visão, o tato, o cheiro, renegados a mais um moleque com sonhos de pipa avoada, perdidos entre os gritos da guerra mais silenciosa do Rio de Janeiro. Sente um pouco, tome um gole d'água e usufrua de estar vivo. Faça isso em memória de Miguel. Pelo Prisma dele. Teu. Eu.