Olho para o relógio acima da janela, onze horas. Me viro para o canto, vou esperá-lo. Esperar. Demora. Que sensação de frio e abandono é essa? Doze horas... Quinze horas... Frio. Meu corpo se arrepia de desejo, de vontade. Já não consigo mais ficar deitado. Fui abandonado. Deixado pra trás feito lixo. Descartável, com prazo de validade. Não sei seu sobrenome, não sei o numero do seu celular, não sei porra nenhuma. Não sei nem se ele é real ou apenas fruto de minha mente perturbada. Não custaria muito. Não sei quem é ele. Estava muito ocupado o fodendo para perguntar. Ele sempre vinha até mim, eu não precisava saber.