Aquela tinha sido uma eleição surpreendente. Estes já não eram tempos para um Papa europeu, muito menos um Papa latino e espanhol. A sua realidade era demasiado diferente da realidade da Igreja, centrada no sul e na simplicidade do encontro. A Igreja está demasiado longe da velhice casmurra, birrenta, empoeirada da tradição das gentes castelhanas. Que eleição é esta afinal? No sangue daquele homem corre o sangue quente dado pelas tardes abrasadoras das terras do interior. Um sangue que se comove com a tristeza que encontra, um sangue que ferve com a injustiça da humanidade. Naquele peito, agora vestido de branco, bate um coração forte e orgulhoso. Um coração bem ibérico, um coração que crê sempre que a linguagem do Amor é universal mas que, inevitavelmente, o Amor fala em castelhano. O Amor só pode falar em castelhano como tudo fala nas terras espanholas!.All Rights Reserved
1 part