-Eu notei que você é bastante religioso e como eu não sou tanto... -riu- Minha avó era católica e eu fui o único neto que ela conheceu, meus outros primos nem são daqui do estado. Aí, ela me presenteou com isso aqui. Ele abriu e era um cordão com um pingente de São Jorge Guerreiro. Meu corpo tremia mais que vara verde. -Ela disse que esse cordão é para pessoas que enfrentam muitas batalhas e que são fortes. Eu achei a sua cara. Posso colocar em você? -Cla... claro. Eu nem sei o que dizer. Rafael me ergueu da cama e me fez ficar de costas para ele. Senti novamente meu corpo entregue aos comandos dele. Os arrepios eram constantes em minha espinha, pescoço e afins. Seu cheiro estava mais perto de mim, seu calor me queimava, seu toque me deixava trêmulo, suas mãos me dominavam. Quando terminou, ele me girou lentamente sobre meus ombros e me olhando nos olhos questionou. -Me diga se gostou. -É óbvio que sim. Meus Deus, é lindo! -peguei o pingente na mão - Obrigado, mesmo. - o encarei. Fui cumprimentá-lo com um abraço. Naquele momento eu senti algo muito forte, completamente diferente do abraço no estádio ou no mar. Tinha cumplicidade ali. Era mais que dois corpos trocando calor. Mais que dois homens se desejando (eu imaginando coisas). Mais que um agradecimento. Que uma cena de afeto. Que um momento de tensão. Que um mundo chocando no outro. Era mais.