A história é contada sob a perspectiva de três de seus principais personagens.
A primeira, traz a narrativa de Roberts, o primo por quem a estima foi além dos próprios propósitos, levando-a abandonar os conceitos morais. Sempre um garoto mimado, medroso mas muito inteligente. Há raras exceções era bem divertido tê-lo por perto. Certamente foi um marco. Mesmo sendo extremamente vulnerável o seu humor era leve o que deixava o mundo mais agridoce. Principalmente quando o assunto eram os chocolates.
A segunda tem os fatos sob a ótica de Davenport. Marido apaixonado, resoluto, companheiro. Abandonou velhos princípios com os quais fora criado, vivendo abnegado em casamento, nutriu-se dos momentos vivazes da alegria que a esposa lhe proporcionara. Um homem de fibra dura, um tanto taciturno. Mas isso apenas até o dia em que Elise deu entrada em sua vida. Trazendo consigo a cor, o gosto e o perfume. Nos papéis de parede, no seu drink com cereja, na decoração do aparador. O sabor das frutas frescas no desjejum. A colônia floral das noites quentes na varanda. Elise foi o seu começo, meio e o fim.
Na última a mais fiel de todas para os fatos, irrelevantes ou contraditórios. É a partir dela que as coisas tornam-se não menos enigmáticas, nem tão pouco românticas, porém mais claras. É através de uma carta, ditada a neta, que todo o engano pode ser desfeito, a história exata vem a ser encontrada junto aos pertences preservados mantendo a farsa, missivas que documentam foram trocadas há muito tempo contendo, o verdadeiro segredo que Elise carregava.
Alguns dizem que ela não se deixou revelar durante tantos anos, por dois principais motivos. Primeiro, porque ela sabia que dificilmente seria ouvida, ao menos não com o bom senso da razão. E segundo porque ela preferiu acreditar que o seu verdadeiro amor estava acima de qualquer suspeita.