Seu lobo rugia ferozmente, esperneava, o arranha por dentro, gritava com possessividade extrema, que aquela mulher os pertencia, somente a eles...
Estava polvoroso, sedento por liberdade, queria o controle sob o corpo do homem que lutava com todas as forças para continuar no comando caso contrário a tornaria sua na frente de todos, seu cheiro o embriagava, seu corpo chamava e clamava por ele, sua face aprazível, seu olhar afável, meigo, e penetrante, tão verde quanto a esmeralda mais pura e imaculada já vista, o encaravam tão profundamente que ele jurava que podiam ver os seus segredos e pensamentos mais obscuros, o hipinotizavam de uma maneira surreal, arrancando-lhe toda a sanidade já inexistente, uma corrente elétrica percorreu seu corpo, eriçando-lhe os cabelos da nuca. Sua metade, sua alma gêmea, sua marcada, sua Blume, sua mulher, que por tanto tempo procurou e almejou contemplar. Seus olhos queimavam como brasa viva, suas orbes ganharam uma coloração carmim, tão vermelho quanto o sangue dos seres puros que seus ancestrais derramaram, seu sangue lupino fervilhava e corria em sua veias em uma velocidade inimaginável, suas emoções se misturavam com a do lobo em um turbilhão de sensações novas, uma felicidade tão plena e algo a mais que ele não soube explicar.
Aquela mulher já exercia um poder tão grande sobre si que assustadoramente não o incomodava, pelo o contrário satisfazia. Já a amava mais do que a própria existência, a ligação que os unia, era dos céus, ninguém no universo poderia ter algo semelhante, suas almas estavam conectadas, entrelaçadas e unidas, os céus os abençoavam e os guardariam no caminho trilhado para a eternidade!