O livro é uma coletânea de cinco ensaios de Schopenhauer, são eles: Sobre a erudição e os eruditos, Pensar por si mesmo, Sobre a escrita e o estilo, Sobre a leitura e os livros e Sobre a linguagem e as palavras. O estilo do autor na apresentação de seus argumentos é simples e direto, o que, por consequência, o faz atacar a filosofia "complexa" de Hegel, seu contemporâneo. Segundo ele o outro filósofo escrevia muito sem dizer nada, uma crítica contra erudição, denunciada por ele: "Espíritos de primeira categoria nunca se tornarão especialistas eruditos. Para eles, como tais, a totalidade da existência é que se impões como problema, e é sobre ela que cada um deles comunicará à humanidade novas soluções". (Pág. 31) O filósofo denuncia o rumo que a literatura alemã estava tomando, como nos trechos: "É sempre um erro querer transferir para a literatura a tolerância que, na sociedade, é preciso ter com as pessoas estúpidas e descerebradas que se encontram por todo o lado". (Pág. 71). "Em geral, a cordialidade proveniente da sociedade é um elemento estranho na literatura, com frequência um elemento danoso, porque exige que se chame o ruim de bom, contrariando diretamente tanto os objetivos da ciência quanto o das artes". (Pág. 72) Schopenhauer se mostra culto, mas não erudito. Destaca que obras clássicas são muito mais importantes que as lançadas em seu tempo, categorizadas por ele como noventa por cento inúteis. Para encerrar, deixo um conselho do autor: "Quanto às obras ruins, nunca se lerá pouco quando se trata delas; quanto às boas, nunca elas serão lidas com frequência excessiva. Livros ruins são veneno intelectual, capaz de fazer definhar o espírito". (Pág. 133).
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