...Lilli arregala os olhos assim que me vê, mas logo coloca sua mascara de indiferença assumindo um tom profissional. - Posso te ajudar em algo? - Pergunta sem emoção. - Eu quero conversar. - Se for sobre o trabalho, estou ouvindo. - Sobre nós. - Não existe um "nós". - Responde ríspida. - Só me escuta, por favor. - Peço me ajoelhando ao lado de sua cadeira. - Demorei tempo de mais para assumir algo que sempre esteve no meu coração e por causa disso, acabei te magoando. Me sinto um verdadeiro imbecil por tudo que disse e fiz ontem á noite. A verdade, é que eu te amo; sempre amei. Tentei sufocar esse sentimento com todas as minhas forças, porque acreditei que você não sentia o mesmo. Mas então, quando você disse aquilo e depois foi embora, percebi o quão estúpido fui todo esse tempo. - Sim, você foi. - Por favor, me perdoa. Me dá só mais uma chance de te amar... - Toco seu rosto com carinho, mas ela se afasta. - Eu passei tempo demais sonhando com isso, com o dia em que você finalmente diria essas três palavrinhas. Mas depois do que aconteceu, percebi que não quero continuar sofrendo por você. - Lillian... por favor... - Cansei de esperar por você. - Ela se levanta e caminha até a porta... - Me perdoa, por favor... - Não é preciso perdoar algo que nunca existiu, nós dois somos primos, somos família e devemos continuar sendo apenas isso. - Eu não posso ser apenas isso... Lilli, eu te amo! - Mas isso é tudo que você vai ter de mim. - Ela abre a porta e sai, me deixando para trás...