Ela precisava tentar mais uma vez antes de desistir, e não aguentava mais do mesmo. Então por que não algo tão diferente quanto voltar para casa?
Fugir era a ação que definia seu estilo de viver.
Fugia da hipocrisia humana, do preconceito alheio, dos julgamentos sem fundamentos e dos demônios internos. Sempre fugindo, procurando algo indefinido, que nem sabia se existia. Mas tinha certeza de que faltava alguma coisa para aquilo que chamavam de viver fazer sentido.
Podia parecer fraca para quem olhasse, mas a única coisa que a mantinha ali, procurando - ou fugindo - era essa certeza. Essa intuição que transpassava a de mãe; era a razão da sua existência. Quem a olhava nos olhos poderia sentir sua determinação, porém somente se a conhecesse o suficiente para conseguir passar das lágrimas e do ódio que ela emitia como raios não só de sua visão, mas de todo seu corpo.
Mesmo sabendo para onde estava voltando, queria dar uma segunda chance antes de desistir. Não vivia, somente existia, perambulando de lá para cá no mundo, passando despercebida por muitos e ignorada pela maioria.
Porém, talvez sua intuição estivesse certa, afinal.
Talvez, mas somente talvez, destino existisse.