Enquanto vivia, um anjo do mal Desses que vivem na escuridão Dos que se alimentam dos medos Dos outros cidadãos As pessoas eram várias Mas vazias como árvores Das que pendem sem folhagem De sonhos pra se realizar E desejos pra saciar A noite era negra e venenosa Assim como os segredos que escondo A tarde rodeada de flores azuis E a noite cômica em estrelas Nã tinha tantos desejos Não como aqueles que anseiam Por algo impossível Por algo transversal Os sonhos passam Como os pássaros voam Penas azuis Pétalas carmim Mas para quê viver Num mundo desses, sem sonhos Sem expectativas Sem amor Sem paixão Sem olhos pra ver...? Para quê, meus Deuses Sentir a dor O sofrimento As tristezas As fraquezas Que humanos sentem...? Porém meus olhos Azuis como as águas do mar Cristalinos como nuvens no ar Não vêem o que devem ver Vêem apenas o que querem saber O homem de olhos verdes me chama Diz que ainda tenho tempo Diz que tudo vai ficar bem Que tudo irá se resolver Devo eu acreditar nele...? Devo eu, uma garota que Não quer viver Mas precisa morrer Acreditar em suas promessas...? O homem de olhos verdes me chamou Sério, simples e penetrante. Inglório ele quis saber "Porque um túmulo vazio Pende sobre seus pés...?" De onde quer que sejam essas vozes Elas me chamam Ele me chama Mas quem é ele? Quem é o homem Quem é o homem que um dia Me disse para parar de pensar Na morte em violar E começar a viver...? De quem são essas Vozes Do Além? Só você pode me dizer...