Era o tipo de conversa que os pais tinham com os filhos quando achavam que estavam preparados. Alguns já sabiam de tudo aos oito anos, outros só descobriam aos catorze, mas, em algum momento de suas vidas, todos já se sentaram na frente dos pais para ouvir falar de algo completamente novo, que eles só entenderiam depois de alguns horas de reflexão. E com John não havia sido diferente.
Demoraram algumas horas para que ele compreendesse de fato o que acabara de lhe ser dito: A visão que ele tinha do mundo era limitada. Ele, e muitas outras pessoas, agora enxergavam tudo em cores chamadas de preto e branco, mas, conforme eles se aproximassem das pessoas para quem estavam destinados - suas almas gêmeas - eles começariam a enxergar as cores pouco a pouco, até verem o mundo em sua total vibração de tons diferentes.
E desde então, John acreditava com toda a fibra de seu ser, com cada batida de seu coração, que sua alma gêmea estava por aí em algum lugar, e que um dia ele veria por si mesmo o mundo com qual ele sonhara desde o dia em que soubera de sua existência, e ele poderia responder a questão que se fazia no espelho todos os dias; qual era a cor de seus olhos?