As palavras sempre foram minhas maiores inimigas. Ler, interpretar, escrever, associar, assimilar múltiplas ordens... Tudo muito complicado para mim. Por isso, recebi rótulos de estranha, retardada, "lenta", limitada e tantos outros adjetivos pejorativos. Com base no padrão arcaico de ensino tradicional imputado nas escolas brasileiras, eu não teria um futuro promissor.
Apesar disso, meus professores, colegas de turma e minha própria família não contavam com o fato de eu ser esperta e ter uma criatividade aflorada. Durante a minha infância, eu não entendia quão extensa era a minha defasagem linguística, então focava no que eu realmente era boa, ou seja, nas artes.
No fundo, eu sabia que era diferente, mas pensava que o mesmo se aplicava a todos. E não é verdade? Cada um com suas respectivas especificidades, talentos e ritmo. Porém, a realidade não é tão bonita quanto pintada na teoria. Os que divergem do "normal" são excluídos, ficam à margem. Infelizmente, eu estive por muito tempo nessa borda, apenas olhando para dentro, para o clã seleto da normalidade, o lugar que não comportava o diferente. O lugar que não me comportava.
Foi então que eu percebi que ser diferente era ruim. Muito ruim. Eu não quis mais ser diferente.
Decidida a seguir os mesmos passos da carreira de seu pai a jovem Amelie vem a se a tornar a nova integrante de relações públicas da equipe automobilistica Scuderia Ferrari, com as seguintes funções:
Administrar as redes sociais de Charles, o acompanhar em todas as entrevistas, cuidar de sua agenda de compromissos e estar presente em todos os eventos ao lado do piloto.
Amelie já sabia que não seria fácil lidar com tantas responsabilidades, mas não imaginava que Charles viraria sua vida de cabeça para baixo, sendo a sua maior dor de cabeça e teste de resistência para se manter dentro da equipe.