Eu me chamo Aline, tenho 20 anos e, como muita gente por aí, vivo reclamando de tudo na vida. Quando chove, reclamo que está chovendo. Quando faz sol, reclamo que está muito quente. Se preciso acordar cedo, reclamo por estar com sono. Se posso acordar tarde, reclamo que dormi demais. Quando como demais, reclamo que estou gorda. Quando como de menos, reclamo que estou com fome.
Essas são apenas algumas, das muitas reclamações diárias. Também existem aquelas fofocas e reclamações que fazemos sobre outras pessoas:
Como Fulaninha está bonita hoje, neh? Deve estar caçando marido!
Eita, como Fulaninha está desleixada! Desse jeito não vai arrumar ninguém!
Vocês viram como o Fulano chega atrasado todo dia? Deve ficar até tarde na balada!
Vocês viram como Fulano chega cedo todo dia? Só para puxar saco do chefe!
Nossa, você viu como a Ciclana fala mal de todo mundo? Que coisa feia!
Você viu a Ciclana? Nossa, que desbocada! Fala mal de todo mundo, aliás, você sabia que a Fulana está ficando com o....
E o pior de tudo: eu me achava a melhor pessoa do mundo. Eu achava que era bondosa, que era gentil, que todo mundo gostava de mim. Achava que eu era uma guerreira por estar fazendo faculdade, trabalhando, escrevendo meus poemas e ainda ajudando meus amigos como podia.
Sabe o que eu descobri? Que eu não sou nada disso.
Pessoa boa? Essa pessoa é meu avô. Ele tem uma história de vida maravilhosa, cheia de lições extremamente valiosas. E nós vamos partilhar essas histórias com vocês, através de pequenos contos, crônicas e até poesias.
Uma pessoa com 80 anos de vida tem muita coisa para contar e ensinar. Convido-os a aprender comigo e com meu avô os ensinamentos implícitos que a vida nos dá e nós ignoramos como podemos.