- 6:30 - o despertador toca e eu acordo. Sem vontade alguma, levanto da cama e visto o uniforme que já tivera deixado separado na noite anterior. Me dirijo até a cômoda e pego uma escova de cabelo vermelha. Penteio meus cabelos e, após isso, me olho no espelho. Caio imediatamente no choro ao ver aquela cena desprezível. Gorda, feia, desinteressante, ridícula e chata são algumas das palavras que se passam pela minha cabeça no momento. - Você vai mesmo sair assim na rua? Olha o teu tamanho! Vê se cria vergonha na cara, nojenta. - Disse uma das vozes que habita em minha mente. Há quem me chame de louca, esquizofrênica, "débimental" e até de doente. Mas não, eu não sou nada disso. Sou apenas uma adolescente cujas amigas não são ditas como "normais" ou "reais". Mas eu posso lhe afirmar, elas são tão reais quanto eu ou você. Não direi meu nome, onde moro ou coisas do tipo explicitamente ou "logo de cara" pois isso seria um tanto quanto clichê e enjoativo. Entretanto, ao longo desse diário (o qual eu escrevo com lágrimas nos olhos enquanto falo sobre mim) irei revelá-las. Na minha opinião, o que realmente importa quando falamos sobre alguém é a personalidade. Aparência física, situação financeira e afins para mim são coisas insignificantes. Mas pura hipocrisia da minha parte, não é mesmo? Eu digo a todos ao meu redor que são lindos e devem se aceitar do jeito que são sendo que, eu mesma não me aceito. Minha mãe entra no quarto. Ela estava furiosa. Rapidamente, limpo meu rosto com a manga da camiseta e guardo o meu caderno. - São 6:50, tu "tá" atrasada! Levanta logo porque tu tens apenas 10min "pra" tomar café. - ela disse e logo em seguida saiu do quarto. Saio do mesmo e sigo em direção à cozinha. Me deparo com um enorme sanduíche acompanhado de