«Na primeira vez que o vi, os seus olhos eram mais gelados do que duas tempestades de inverno, mais mortais do que a mão que me prendia. Eram como dois cristais, picando a minha pele, fazendo o medo entranhar-se debaixo dela. Eram olhos de lobo, um predador letal, frio e calculista. O meu corpo tremia sobre a parede suja, sentia-me fraca, manobrável e impotente. Foi quando vi as pupilas aguçarem-se, vi ódio, raiva e escuridão.
- Eu conheço-te. - As palavras dele saíram num sosurro. Uma promessa.
A beleza selvagem fazia contrair o meu estômago e arrepiava a minha pele febril.
As sombras dançavam no seu rosto.
E nesse momento, eu soube que ele me ia matar.»