Sempre que com você, eu escrevia. Abria o bloco de notas e punha tudo que sentia dentro daquelas curtas linhas que descreviam sentimentos espaçosos. Escrevia sobre o dia, escrevia sobre seu corpo, descrevia a felicidade que sentia vibrar ao seu lado. Agora que as distância e desconfiança nos caracterizam, eu não posso mais ter a felicidade que tinha com você. A descoloração tomou conta dos meus dias, tomou conta do bloco que antes era preenchido pelo nosso amor. Cadê o gosto de viver? Cadê meus sonhos? Eu perdi meus filhos quando perdi você. Eu quero meu futuro de volta. Como algo tão forte e pontual pode persistir por todo o meu ser? Como um sentimento pode me fazer escorrer a tristeza dos olhos e tremer meu frio pelo corpo. Eu não apenas choro, eu vomito e ponho para fora toda a decadência humana. Ao partir, metade de mim você levou. Traga meu sorriso, traga meu espírito.