Esse livro fala sobre a minha experiência de viagens pela Europa, África e Estados Unidos. Uma vida dedicada ao trabalho e às viagens. São memórias que divido com meu leitor sobre as diferenças culturais e experiências que me conduziram a ver a vida de outra maneira. Hoje consigo transitar entre essas diferenças sem problemas porque aprendi que somos iguais e diversos ao mesmo tempo. Compreender essa dualidade nos conduz a uma situação mais confortável diante do outro. O outro deixa de ser uma ameaça e passa a ser um portador de novas ideias, de novas maneiras de viver a vida. Às vezes o meu nada é tudo para o outro e vice versa. Tive que sair do conforto das minhas certezas inúmeras vezes e nem sempre o diferente é representante de outra cultura. Ele pode estar bem próximo a nós, falando a nossa língua. Quantas vezes não nos deparamos com uma circunstância assim? Eu era muito jovem e hoje percebo coisas que antes não conseguia ver. Um exemplo disso é a guerra do Burundi. Eu estava lá naquele momento histórico e só totalizei esse fato anos depois, já no conforto da minha casa na Itália, conversando com os amigos sobre o que vi e vivi. De tudo o que vi preferi enfatizar o positivo. Mesmo na guerra ele está lá! Mesmo no frio intenso de Torino eu conseguia sentir o calor do sol. Mesmo nas cidades imponentes dos Estados Unidos eu consegui imaginar mundos menores em esquinas e praças onde a gente comum representava parte da história longe das primeiras páginas dos jornais. Conhecer os lugares e as pessoas baseando-se somente nas primeiras páginas dos jornais não é um caminho muito interessante. As notícias não dão conta da totalidade da vida. São momentos capturados com o objetivo de chamar atenção para a notícia. Nivea Oliveira