O sangue corria e manchava o corpo e roupas da criança com sua cor sombria. Sangue era vida e mais e mais vida escapava pelo corte colossal na coxa esquerda da menina de cachos rebeldes e um olhar perdido. Ela ainda segurava a mão fria de sua mãe, a poça de sangue dela começava a secar e se tornar grudenta. Mas ela não se importava com o sangue da mãe, ou o dela, ou do assassino morto a sua frente. O som das armas se chocando ou os gritos da batalha tinham parado completamente a pouco. O silêncio presente era tanto quanto jamais tinha ouvido no castelo. Ela estava sozinha, sozinha e com corpos a cercando. O som de passos se aproximando a fez direcionar seu olhar a porta, mas diferente dos outros que passaram, o ritmo diminuiu cada vez mais. A maçaneta girou calmamente, como se já soubesse que ela estava ali. Um homem de vestes azul escuro e com uma máscara que cobria toda a parte superior da face surgiu. Ele caminhou até a garota calmamente, se abaixou em frente a ela ficando ambos da mesma altura. A garota o olhou de cima a baixo despida de medo, naquela noite já tinha presenciado várias mortes. Que diferença faria mais uma, que diferença faria a sua? O homem sorriu e tão logo A lâmina de sua adaga estava prensada contra a garganta dela, que Maia não conseguiu fazer nada sem ser esperar. Mas a pergunta que o homem lhe dirigiu a surpreendeu bem mais do que a possível morte dela. - Irá ousar viver?