"Dia vinte e sete de março se tornou uma decepção, era para ser um dia bom, era para representar aquela última colherada, a raspagem no fundo do pote, de esperança no meu casamento, faríamos dezessete anos de casados, nos últimos cinco pelo menos apenas se suportando, engolindo sapos, ignorando ausência, fingindo demência aos cheiros doces que sentia quando deitava ao meu lado, aturando desrespeito. Eu o amava, então todo dia tentava algo novo, mas aí é que sempre esteve o problema, eu o amava, não o contrário, acho que em algum momento pode ter amado, mas há algum tempo não mais."