A sensação que percorreu o corpo de Alice no momento em que o braço forte de Jonas lhe envolveu não saía da sua cabeça, e todas as vezes que recriava o momento sentia tudo outra vez, e outra vez, era deliciosamente torturante, ali, absorta na eternidade dos breves instantes em que suas bocas quase se uniram. Quase. Às cinco da manhã Alice levantou e montando seu cavalo seguiu para a tempestade. Barão estava arisco, corria mais rápido, saltava sem vacilar os galhos da tortuosa trilha do rio por onde ela cismou de ir. Os corações da amazona e do seu garanhão pareciam bater no mesmo ritmo do destempero e da dúvida. Ela precisava de ar, e Barão parecia disposto a ser mais veloz do que ele mesmo.
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Jonas, assim como Alice também não tirava aquele momento da cabeça, na verdade, aquilo só serviu para provar o que no fundo seu coração já sabia. Ele a queria, provavelmente a quis desde o primeiro dia. A queria tanto que sufocava, doía. Mas como ousaria mostrar para uma mulher como ela, melhor que ele em todos os sentidos, que a desejava sem parecer desrespeitoso, atrevido, ou até mesmo sem noção. Afinal, ela era quem era, e ele um vaqueiro sem eira nem beira, tentando a sorte por ai, que nunca estudou e nem sabia falar direito, principalmente quando estava do lado dela. Pelo amor de Deus, quem ele pensava que era!Todos os Direitos Reservados