18 parts Ongoing Dizem que os fantasmas não existem, que são meras invenções da mente humana. Mas e se, em vez de entidades sobrenaturais assustadoras, eles fossem o que mantém o mundo em equilíbrio? Não sombras do passado, mas guardiões de um equilíbrio sutil e imprescindível?
No silêncio das madrugadas, quando o vento sussurra entre as árvores e as sombras parecem ganhar vida, eles caminham entre nós. Não são feitos de carne e osso, mas também não são apenas ecos. São algo mais - um conceito, uma força, uma consciência que respira no limiar entre o real e o imaginário. Imagine que cada ação humana lança ondas no tecido do mundo, desestabilizando a balança invisível que mantém tudo funcionando: a noite equilibrando o dia, a dor compensando a alegria, a morte sustentando a vida. Cada escolha que fazemos cria rachaduras no equilíbrio delicado do universo. É aí que eles entram. Os fantasmas, essas presenças misteriosas, não assombram para assustar. Eles corrigem. Recolhem as emoções extraviadas, amortecem as intenções extremas, reorganizam o caos que não conseguimos ver. Sua existência não é uma punição, mas um sacrifício. Eles vagam no vazio entre mundos, exilados em uma eternidade de observação, para que as forças maiores não se quebrem.
Às vezes, sentimo-los ao nosso redor - um arrepio inexplicável, um objeto que parece mudar de lugar sozinho, um sussurro que não conseguimos compreender. Não são ameaças, mas sinais de que estão trabalhando. Se estamos vivendo, é porque eles estão lá, ajustando os excessos invisíveis, recolhendo o que deixamos para trás.
Eles são a memória viva do universo, não apenas do que foi, mas do que deve ser. Não os tememos porque são monstros, mas porque nos lembram de algo que preferimos ignorar: somos responsáveis pelas rachaduras que eles consertam. Talvez, no fim, a maior pergunta sobre os fantasmas não seja se eles existem, mas se conseguiríamos viver sem eles.