Malditas Verdades Que Ninguém Quer Ouvir

[TODOS OS DIREITOS RESERVADOS] [LIVRO DE CONTOS E CRÔNICAS]
#1 LUGAR EM CRÔNICAS (25/09/2018)
#15 LUGAR EM SHORTSTORY (27/08/2018)
#25 LUGAR EM ANSIEDADE (28/09/2018)

Já teve a sensação de a liberdade ter sido tirada de você à força? Às margens do desespero, você tenta se distanciar daquilo que suga suas energias, esvaindo aos poucos a vontade de viver: se deixou confiar tão fácil na raposa em pele de ovelha que sequer notou a diferença entre a confiança e a tolice. Agora, tenta em vão desatar-se das cordas enganosas as quais somente o mais perverso âmago humano poderia criar, conservando dentro de si a última flecha que o cortará sem errar o alvo: a esperança.
Confiar não é um simples verbo conjugado nas gramáticas normativas à título didático, é uma habilidade de resistência onde se entrega seu bem mais precioso a alguém que até então mostrava boa reputação. Depositar sua crença é como empilhar caixas de leite na prateleira do supermercado, tendo a certeza de que as datas de validade ainda não foram vencidas. A partir do momento em que um dos clientes mais fiéis viola o lacre antes de confirmar o pagamento com a nota fiscal, é crime.
Não há arames nos bolsos traseiros dos jeans para abrir fechaduras no mundo real nem drogas suficientes para apagar o amor acumulado e martelado no peito após tanta desilusão, decepção e melancolia. É por isso que a verdade sempre dói: ninguém está pronto para ouvi-la.