Defino-o como um romance épico-suburbanista. Temposição das Almas Íncubas é um romance épico-suburbanista só que político, afrofuturista, esquartejado em metáforas filo-sociológicas. Ou uma construção no sentido... o que quer dizer que seja algo parecido com isso. Trata-se da história de Hombre Tonto que um dia lê no "fôlego do espelho de um banheirumundo" sobre as Almas Íncubas, detentoras da Língua que traz felicidade. As diversas páginas dos fôlegos, páginas coloridas que se sobrepõem num continuum espaço-tempo-infinito e não-cíclico, contam a história das Almas Íncubas e de como elas estão se atomizando (ocorrendo sua temposição) e por consequência irão "temporizar", "temposizar", "tempatimizar": o que quer dizer vão existir no continuum tempo-espaço-finito e cíclico. Ocorre que as Almas Íncubas são atemporais e fogogidias (possuem a massa e a forma do fogo e não da matéria super-densa da nossa materialidade pós-universal) e se elas vierem a se atomizar, temposizando-se (constituindo-se em forma atômica, a mesma massa de que nós, seres humanos, somos feitos) elas "existirão para o tempo e perderão o conhecimento da Língua que traz felicidade. Hombre Tonto então parte em busca das Almas Íncubas! Ele precisa convencê-las a ensinar-lhe a Língua que traz felicidade para preservá-la, e quem sabe no futuro ensiná-la a todos os seres e não-seres dos Infiniversos aptos eticamente a conhecê-la.
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