Anselmo sempre se pergunta o motivo daquelas coisas acontecerem com ele, a razão de suas perturbações, logo ele que, acordava cedo em pleno domingo para frequentar a igreja, tendo uma certa crença em Deus, poderia não ser o fiel número um, entretanto fazia a caridade como qualquer um. E hoje se vê em um pub, tomando wisk, enquanto o som de rock estoura ao seu redor, ele pode sentir os espíritos sem luz confraternizando junto aos seus obsediados, se alimentando de sua vitalidade, enquanto caem no pecado da carne. Pode até mesmo sentir e ver o espírito que festeja com a sua própria vitalidade, um descarnado que se lambuza no momento em que ele se embriaga com o líquido alcoólico. Mas hoje, nada disto o preocupa, não se importa com as aparições macabras ao seu redor, deixa aquele ser desengonçado e pedinte o sugar enquanto está ali. Á sua frente á um espelho, próximo da prateleira de wisk, o balconista passa para atender outro cliente, então ele se vê refletido, aqueles olhos azuis escuro estão fixos para sí mesmo, aqueles olhos guardam uma longa história, ele está vendo o seu outro lado que está silenciado no espelho, bem que dizem que, os espelhos guardam outros mundos e mostram a verdadeira face. Mas hoje nada disto importa, nesta noite, ele se deparara com algo que nunca havia enfrentado em toda a sua carreira. Passos lá fora que não poderia ser ouvidos por pessoas comuns, são manifestados em sua percepção, e agora ele sabe que a hora chegou, a tão esperada hora... Ele olha novamente para o espelho, não é exatamente ele mesmo que devolve o olhar, mas o reflexo no espelho é dado e como se tivesse outra pessoa ali, ele levanta o copo de wisk, como se fosse um brinde e o toma em um único gole. Levanta do banco, ajeita seu sobretudo preto no corpo e começa a andar para a porta, imaginando o desafio que o esperaria lá fora.All Rights Reserved