O despertador toca é hora de levantar .Os pensamentos passam através das células do cérebro e entre si conectam até chegar na ação de levantar. Esses pensamentos voltam ao trabalho estressante do cotidiano conturbado .Cotidiano de paulistano. Vejo a hora no relógio e bate as seis e quinze da manha. Esta cedo a cidade dorme .Os cachorros dormem e a natureza começa a acordar. As roupas penduradas ali no cabide estão amassadas. O cabide encontra-se no canto do pequeno quarto. As roupas estão penduradas intactas e não amassam ate que haja um toque. As paredes fecham-se e espremem ate que levante da cama. Levanto da cama e busco algo na geladeira. A geladeira esta vazia, há apenas uma garrafa de cerveja já aberta da noite passada de angustia. Entro no banho e as gotas geladas que caem de um chuveiro velho queimam as três ou mais epidermes de minha pele. O sabonete ao canto esta gasto, rachado e com mais de quinze dias de vida. A toalha machuca a pele parecendo arames retorcidos de um cenário do sertão. Visto a camiseta apertada no corpo e incomoda. Os sapatos apertam e não servem mais. Estou pronto para a jornada. Desço as escadas sujas e imundas do pequeno flat onde passo todas minhas noites. As noites de angustia. As escadas parecem que querem derrubar todos seres humanos que ali descem. No flat não existe elevador, apesar de apenas o prédio possuir cinco andares. Desço as escadas e cumprimento a pessoa que dorme as sete horas da manha na recepção do flat. A pessoa usa roupas e trajes que incomodam. Aquelas luvas de inverno rigoroso, o boné que cobre o rosto e os sapatos não combinam com a calça e a roupa.All Rights Reserved