Eu nunca fui muito de me deixar levar - nem às expectativas, nem às pessoas, muito menos a sentimentos confusos. Eu tenho dias cheios, trabalho em um bar todas as noites, noites essas em que histórias começam e acabam entre copos e beijos apressados, achei que já tinha visto de tudo. Até encontrar um estranho em um beco, numa noite de despedida de solteiro. Um encontro rápido, carregado de tensão e algo mais que eu não sei decifrar.
Agora, saindo com meus amigos pra me distrair um pouco, tropeço nele novamente. Mas desta vez, sua silhueta estava coberta pelas luzes vermelhas de um pub, as provocações se tornam palavras afiadas, e a distância entre nós ficava cada vez mais pequena do que da primeira vez que nós nos vimos.
Ele é presunçoso, seguro de si, e fez questão de me dizer que se lembrava de mim. Com meu drink carregado de vodka, olhares que dizem demais e silêncios que gritam, nasce uma batalha silenciosa: resistir ou ceder?
Nessa história, o perigo não mora nos becos escuros, mora no instinto que me diz pra não deixar ser pega pela perversão daqueles olhos jabuticaba.