A liberdade de Diana

Diana não acreditou ao ver Marcus deixar a espada e o escudo sobre a areia, ao sa-ir do seu barco. O que ele estava fazendo? Ele era mais forte do que todos aqueles ho-mens e não tinha dúvida de que todos podiam ser mortos. Então, por que ele estaria se rendendo? A não ser que tivesse algum plano que ela desconhecesse.
Marcus se aproximava com a água batendo contra as botas de couro. Ele usava uma armadura, os cabelos loiros passavam dos ombros. Nos olhos verde-escuro tinha o brilho da determinação, na face o semblante de um guerreiro implacável que pretendia massacrar o inimigo.
E era o que ele faria mesmo. Diana já o tinha visto treinar ao lado do marido, Hei-tor, e tinha sido a primeira a testemunhar suas habilidades. Não havia um guerreiro mais forte do que Marcus em Athenas.
- Liberte-a! - Marcus gritou para o sequestrador. - Retornaremos ao nosso barco!
Palavras foram ditas com calma enquanto levantava as mãos em rendição, porém por trás do gesto havia uma ameaça velada.
Diana sabia que Marcus jamais negociaria com um inimigo. O coração dela batia mais forte na medida em que outros espartanos se aproximavam.
O que Marcus pretendia fazer? Sacrificar a própria vida? Não. Ele não fazia o tipo de passar por mártir, pensou Diana, angustiada.
- Mesmo que sua intenção seja se render, nós não o seguiremos. - Ceix encarou Marcus com fúria. - Estamos em maior número que eles - disse, se recusando parar de andar.
Diana percebeu que um fulgor de irritação passou pela face de Marcus, mas foi en-tão que ela compreendeu a decepção dele. Os espartanos podiam ter atacado de surpresa, mas os havia subestimado se tinham acreditado numa rendição. Marcus estava permitindo que seus soldados se preparassem. Será que Ceix não era capaz de compreender isso?