Da convivência nos pátios e nas salas de aula em um colégio de Fortaleza, surgiu a amizade de Maria Augusta, Maria da Glória e Maria José - eternizadas por Rachel de Queiroz em As três Marias . Quarto romance da autora e publicado originalmente em 1939 , o livro traz a história das amigas inseparáveis como representantes da força e da afirmação do papel da mulher na sociedade.
Baseando - se em suas lembranças, Rachel valeu - se da ficção para criar novos destinos e construir novas personalidades para as colegas que conhecerá no colégio da Imaculada Conceição, nos anos 1920 . Cunhou cada Maria com um sonho e um desejo individual, e fez com que cada uma , a sua forma fosse exemplo de coragem.
Neste romance de formação, Rachel retrata o processo de ajustamento ao mundo pelos olhos das meninas e convida o leitor a acompanhá - las desde os medos e as incertezas da juventude - quando ainda sonhavam com a liberdade além das paredes do internato e se abismavam com a cidade - até chegarem ao amadurecimento e aos dilemas da vida adulta . Sempre juntas , independente das escolhas do caminho .
Maria da Glória dedicou - se à maternidade e à família; Maria José, sempre devota, voltou a morar com a mãe e se tornou professora ; e Maria Augusta, diferente das amigas , determinou - se a construir o próprio caminho : voltou a morar com a família, mas , descontente, retornou para Fortaleza . Trabalhou como datilógrafa e , lá apaixonou - se .
É quando a autora permite - se ir mais fundo na perspectiva social e na agudeza da observação psicológica.
Primeira mulher ao entrar para Academia Brasileira, Rachel escreve As três Marias em seu estilo de linguagem simples , como se a narradora - Maria Augusta - estabelecesse um diálogo com o leitor , e nunca deixando de lado sua marca tão incandescente : as experiências pessoais no sertão nordestino...