Os sonhos como sonhamos

Era cedo quando cheguei ao centro esportivo, gostava de ver os meninos treinando, alguns já estavam por lá com seus uniformes verde e branco a espera da pessoa encarregada de abrir o portão que dava para quadra.
Quando o portão foi aberto todos correram ansiosos para mais um dia de treino. Entretanto, o treinador ainda não se encontrava, enquanto esperavam uns brincavam com uma bola esquecida no dia anterior, talvez pelos rapazes que também treinavam durante a noite. outros simplesmente conversavam sentados no banco de reserva.
Poucos minutos depois ele chegou acompanhado de uma senhora de cabelos grisalhos, assim como eu, acomodaram-se nas cadeiras da arquibancada pintada com as cores do uniforme junto dos responsáveis pelas crianças que ali estavam.
De onde estava pude perceber que os olhos daquele menino brilhavam cada vez que um dos garotos se exibia fazendo embaixadinhas, às vezes disfarçava observando os pássaros que adentravam pelas gretas das ferragens, um pouco retorcidas e enferrujadas, que cobriam a quadra.
Inquieto, como toda criança na sua idade, ele subia e descia os degraus que havia entre uma fileira e outra da arquibancada, a senhora que o acompanhava pedia a toda hora que ele sossegasse, mas ele parecia estar animado demais para permanecer sentado.