A Canção da Boa Morte

Prefácio
Segundo Helena

Era como se tudo houvesse recomeçado. E eu custei a acreditar. Após tantos séculos, eu cheguei a pensar que Deus houvesse, enfim, nos perdoado. Mas ela estava lá, e precisava ser buscada, como os outros. Por que nós novamente? Seria a última? E o silêncio respondia, como sempre. O chão abriu-se a meus pés e, antes que eu caísse, resolvi contar à nossa Mãe.
Arrependi-me eternamente de tudo que fiz quando a vi. Algo me dizia que esta seria extremamente diferente de todos. E, mesmo depois dos meus pecados, meus erros, pensando bem, não fui tão castigada, enfim. Talvez isso significasse que eu valia alguma coisa, que eu era merecedora de uma segunda chance. Mesmo sabendo que não pequei por iniciativa própria. Talvez fosse por isso que eu estava ali, como uma segunda chance. E nesta linha de pensamentos lembrei-me que não havia escolhas.
E fomos, então, buscá-la.