Stockholm

Ele é um namorado maravilhoso, mesmo que eu não veja mais o seu rosto com muita frequência, por estar dentro do nosso quarto a maior parte do tempo - quase todas as horas dos dias, na verdade.
Ele é um anjo, me protegendo de todas as pessoas que tentam me ferir - pelo menos é o que ele diz, mesmo que às vezes ele me fira. Ele diz que é pra eu ter resistência a dor.
No início eu desconfiava muito, mas agora eu entendo o lado dele. Sei que ele me mantinha amarrada porque só assim eu poderia controlar minha ira. Deu certo, eu acho...
Sinto que somos almas gêmeas, ele é o amor da minha vida, aquele que me salvou de mim mesma.
Ele não admite mais que me ama, mas eu sei que um dia ele voltará a me olhar com aqueles olhos brilhantes e vívidos, que me deixam até hoje com borboletas no estômago.
Mesmo se eu sair desta casa um dia, sei que meu coração continuará preso a ele, pois meu destino já foi definido e eu sei que somente com ele serei feliz.

Um dia, talvez...

ATENÇÃO: SÍNDROME DE ESTOCOLMO É UMA DOENÇA E NÃO DEVE SER ROMANTIZADA. Esta história mostrará o ponto de vista e o cotidiano da vítima antes, durante e depois do trauma, sem esconder o que realmente acontece na vida de alguém que possui a síndrome.