Por incrível que pareça, se assumir gay ainda é um processo delicado, cheio de incertezas e medo, que tira o sono de muita gente por aí. Mas claro, né? Nem todo mundo nasceu rodeado de pessoas compreensivas, estudadas, desconstruídas. Nem todo mundo pode contar com o apoio de familiares e amigos. Nem todo mundo pode fazer o que quer da própria vida.
(Parêntese importante: todo mundo deveria fazer o que quer da própria vida, é um direito inafiançável. Mas a realidade é um pouco mais dura que os conceitos, e infelizmente ainda tem muita gente por aí que depende financeiramente de pais homofóbicos, por exemplo, ou esconde a própria sexualidade por questões de segurança.)
A boa notícia é que as coisas melhoraram bastante nos últimos anos. Apesar de o Brasil ainda ser o país que mais mata transexuais no mundo, a representatividade na mídia melhorou (mesmo ainda não sendo ideal), as redes sociais deram voz aos oprimidos e muita coisa deixou de ser tabu.
Esses fatores facilitaram bastante as coisas pra quem finalmente quer sair do armário. E como vivi essa experiência há uns anos e coletei muitos aprendizados sobre ela, decidi compartilhar com vocês alguns conselhos
Só frisando: é tudo única e exclusivamente baseado na minha experiência pessoal - acrescentando aí todos os privilégios sociais que tive ao longo da minha vida. Digo isso pra ninguém encarar esse texto como regras de um outing bem-sucedido, ok? O que escrevo abaixo são apenas dicas de quem já passou pelo processo e acha que acertou.
Vamo lá?