Já se passaram muitos anos desde aquela noite. Mesmo assim, com tantos outros fatos marcantes presos à minha mente, ainda recordo, detalhadamente, daquele momento, daquele fogo, daquele corpo. O local não era o mais propício para a propagação daquelas chamas, mas quem manda no desejo? O relógio de parede, exposto acima da mesa de Michele, minha companheira de trabalho, marcava dezessete horas e quarenta e cinco minutos. Estávamos a quinze minutos do fim do expediente. A quinze minutos de encontrar a eternidade no prazer.