❝Quem pagará o enterro e as flores, se eu morrer de amores?❞
Estava disposta a, após todos aqueles anos, retomar velhos amores que se escondiam no fundo da memória. Falar para a lua atrás da árvore que, após tanto tempo, eu ainda sentia tudo quando estávamos próximas. Abri o porta-luvas e agarrei meu único companheiro no momento. Nas mãos, um gravador de muito tempo que me fez dividir inúmeros diálogos com Camila. Queria nossa fita predileta. Não imaginava por onde andavam as outras... Poderiam estar com ela, ou simplesmente perdidas no limbo que é vida real. Pronta para ouvir "Leãozinho" - como escrito na própria fita -, pus entre os lábios um cigarro apagado e fechei os olhos. Encontrei-me inerte para retroceder àquela época catastrófica.