Nessa nossa sociedade cruel, não pode-se ser mulher, e sair ilesa da vida. Estar fadada a cicatrizes de abusos apenas por nascer quem é, é horrível. Helena sente todos os dias o peso disso, até encontrar F, um dominador que faz seu coração pulsar quase tanto quanto o meio de suas pernas.
Mas, é sempre quando nos distraímos com a felicidade, que os piores momentos mais nos abalam, as piores coisas acontecem. Nenhuma mulher deveria passar pelo desespero que Helena passou. Ser forçada a algo tão íntimo quanto o sexo, é uma experiência devastadora.
Como lidar com isso? Realmente é possível remover de si toda a sujeira que um ato tão imundo pode deixar na vida alheia?
Como andar pelas ruas, sem sentir que o mundo deseja te engolir? Como seguir em frente, sem olhar por sobre os ombros a cada segundo, com medo do que possa vir? Como F reagiria a tudo isso, a toda essa fragilidade?
Ela esteve só durante o ataque cruel, ficaria só, também, pelos dias aterrorizantes e cheios de lágrimas que se seguiriam a partir daquele instante?
Excite-se, sorria, chore e surpreenda-se junto a Helena, numa jornada inquietante para juntar os fragmentos de si mesma, ao mesmo tempo em que junta os pedaços do quebra-cabeças sobre quem é F, e em como é possível encontrar a cura onde menos se espera.