Nos tempos obscuros em que vivemos
Permanecer só não é mais perigoso
É escolher abraçar a ausência do ruído.
Silêncio dos gestos, coisas ou pessoas
O mundo anda com muitos ruídos.
Da bala do revólver, do grito da criança
Do choro de uma mãe
O silêncio provoca-nos a ouvir somente
O nosso coração.
Sinto-me perdida quando estou no barulho assustador
Da cidade grande, da notícia triste na televisão
Do olhar provocador, do silêncio repentino
De um governante.
Quero ficar só com a minha bolha seja ela família, quarto, amigo ou amor
Quero ficar lá e não encarar a dor, que não é minha
Mas divido com os outros, que não sabendo amar a solidão
Bagunçam o silêncio do nosso coração.