Não aguentava mais aquela situação, precisava de ajuda, eu sentia angústia depois de vivenciar um trabalho tão ruim um casamento tão ruim sem nenhum amigo para desabafar. Até que um dia eu fui parar no seu consultório... Foi lá que eu me encantei pelos seus belos olhos castanhos e amendoados cheios de brilho e muito contidos.
A timidez me paralisou e desde esse dia não conseguia dizer outra coisa, só falava de você. Eu te encontrei no shopping e você não me viu, eu te vi de costas e reconheci você. Eu contava piadas e você me dava atenção, como toda pessoa observadora eu olhava suas mãos rústicas e ao mesmo tempo delicadas e as imaginava me afagando, essa ternura que você tem para falar eu imaginava num contexto mais íntimo. Quando eu ia para sua consulta fazia questão de me arrumar mais só pra ver se você me notava. Depois descobri que você já tinha uma pessoa e que não era das mais agradáveis. Foi você quem perguntou se eu tinha redes sociais, você quem falou que ia morar só, você quem puxou assunto por conta dos meus stories sempre sendo tão amável. E eu me perguntava, será que gosta de mim? Estou imaginando coisas ou é isso mesmo? Meu coração acelerava todas as vezes que você falava comigo, sentia uma euforia descomunal como se tivesse ganhado na mega sena. Enquanto isso você começou a se exibir com aquele seu diabo de face miúda e extremamente obsessivo, enquanto eu pensava, será só eu que vejo esse diabo? Não era só eu.
O tempo foi passando e todos os dias eu tentava te esquecer. Saí das redes sociais, não ia na clínica, não queria notícias suas e evitava tudo o que lembrasse você.
Depois eu soube que você terminou e fui oferecer um ombro amigo, foi o momento em que você se desarmou e me disse que se sentia dentro de um trem sendo jogado as preces de tanta coisa ruim que aconteceu. Me compadeci, não gosto de ver ninguém sofrendo. Conversamos horas e horas... Até que um dia eu disse que me sentia