Minha mãe costuma me dizer que o nosso coração é sempre o melhor conselheiro. Bem, ela está parcialmente errada, porque o coração pode nos induzir às piores tolices também. Foi assim, seguindo os conselhos do meu tolo coração, que eu acabei a milhares de quilômetros da minha casa às vésperas do Natal. Sozinha e presa em uma cidade desconhecida, sem chances de retornar ao meu lar e abrir os meus presentes sob a árvore em minha sala. Por culpa do meu coração eu achei que conhecer finalmente o meu namorado virtual fosse uma boa ideia; não foi. Por culpa do meu coração, eu também achei que fosse uma boa ideia pedir abrigo a um velho amigo. Claramente essa segunda ideia foi ainda pior do que a primeira. Calleb Callaham costumava ser o garoto mais pedante, egocêntrico e irritante que já conheci. O melhor amigo do meu irmão. O menino lindo da casa ao lado. Aquele que amava me importunar e roubar a minha autoestima quando criança. Isso foi antes... Porque agora ele é a perfeição personificada. Gentil, atencioso e com um sorriso que me deixa de pernas bambas a cada segundo. E acho que uma magia acontece cada vez que trocamos um olhar. Ficar alguns dias em sua casa, enquanto uma tempestade de neve cai do lado de fora, parece um risco muito alto a se correr. Um risco ao meu coração e a minha alma. Mas se esse é o preço que tenho que pagar por minhas tolices, bem... me mande a conta ao final do dia.