Há mais coisas entre o céu e a Terra, do que julga a vã filosofia humana... Alessa aprendeu isso da pior maneira possível: ... Tocou-lhe o rosto sentindo a dor invadir-lhe o peito novamente, ela o conhecia tão bem, era quase possível descrever todos os seus pensamentos, e ela o amava, mais do que a si mesma, mais do que a qualquer outra coisa. Ele teve vontade de abraçá-la e poder dizer que tudo ficaria bem, mas ambos sabiam o preço por um simples ato, e era alto demais. O adeus se acumulou em suas gargantas, e ambos sabiam que havia chegado à hora de dizê-lo. Mas como se dá adeus a sua razão de viver? Eles teriam de aprender a lidar com isso. Alessa sentiu-se tão imponente e idiota, as lagrimas ardiam em seus olhos, mas ela negava chorar, negava expressar qualquer sentimento. Se ele tivesse que ir, que fosse logo, essa era sua obrigação, a decisão que ele mesmo tomara. E ele lhe deu as costas, suspirando, seus ombros largos fazendo reflexos sobre ela. Sua mão direita até se flexionou para tocá-lo, mas seus dedos recuaram temerosos, ele abriu suas asas, olhando uma ultima vez para ela, seus olhos exprimiam o amor que sentia o ódio por ter que deixá-la e a esperança de um reencontro. E então ele enlaçou voou, abandonando-a em uma floresta escura. Era o céu ou o inferno, a vida ou a morte... E Alessa já havia feito sua escolha!
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