I'm Billie.
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Eu sou a Billie, sim. B I L L I E. Não Bily, nem Billy nem qualquer outra coisa.
Eu sou a Billie.
Vivo com a minha mãe.
Para ela eu sou a filha queridinha caçula, que é um doce e precisa estar sempre sendo vigiada. Que não pode pegar numa faca sem ela pensar na hipótese de eu vir ou querer me suicidar. Sou a filhinha que não pode ser irritada haja o que houver, aconteça o que acontecer.
Para minha irmã, eu sou a irmãzinha caçula que infelizmente nasceu depois dela por isso sou caçula, que está atrasada na indústria cosmética e não é fã de beleza plástica.
Para meus primos, eu sou a prima baixinha que não gosta de festas, e que troca a todo instante da cor do cabelo.
Para os meus tios, eu sou a Billie. Mais uma sobrinha para quem tem de comprar prendas.
Para a sociedade, eu sou a garota que sofre de esquizofrenia, depressão, ansiedade, e talvez Alzheimer por não conseguir se lembrar do nome dos seus vizinhos. E talvez mais um monte de doenças.
E para a minha terapeuta, eu sou uma paciente. Com uma ficha médica longa.
Mas no fundo eu sou a Billie.
E não Bily.
E não Billy.
E não Bili.
Ou muito menos Bílis.
Eu sou Billie O'Connel.
E essa é mais uma história de como eu aprendi a aceitar que as pessoas não conseguem pronunciar meu nome direito.
QUEM EU QUERO ENGANAR. EU ODEIO QUANDO ERAM O MEU NOME.
NUNCA MAIS O FAÇAM
Eu sou a Billie.
Talvez Billie Jean.
Kkkk...
Mas não. Só Billie.
Por um lado temos uma mulher que sofreu de todas as formas, e a cada dia perde a fé em tudo, do outro, temos algum cabeça dura, fechado, e totalmente nem aí pra terceiros, como isso pode dar certo de alguma forma? !